Como a alimentação interfere no processo de reprodução assistida?

22 de junho de 2020

 

A infertilidade assombra boa parte da população e indica cada vez mais um desafio à medicina atual de criar mecanismos eficientes para combatê-la.

Mesmo existindo várias técnicas de Fertilização in Vitro, congelamento de óvulos, entre outros avanços da medicina, é fundamental uma árvore ser saudável para que dê frutos.  O que garante saúde para quem gera vida? Sem dúvida, a alimentação correta. A dieta alimentar pode impactar decisivamente na diminuição ou aumento da fertilidade entre homens e mulheres de todas as idades.

O estado nutricional e o estilo de vida podem causar grande influência na fertilidade, tanto feminina quanto masculina. O conjunto de hábitos e práticas diárias, como elevado consumo alcoólico, tabagismo, sedentarismo e, inclusive, o consumo alimentar inadequado, podem afetar a saúde reprodutiva de ambos, tanto durante as tentativas de uma gravidez espontânea quanto durante o processo de reprodução assistida. Mas como a alimentação interfere na fertilidade?

A alimentação exerce um papel importante na síntese do DNA, por estar envolvida tanto no desenvolvimento dos espermatozoides como dos oócitos. Então, uma alimentação desiquilibrada pode interferir negativamente tanto na produção do sêmen, quanto na qualidade, quantidade e motilidade dos espermatozoides. Essas situações podem ocasionar alterações no funcionamento do sistema reprodutor e interferir negativamente na saúde reprodutiva de homens e mulheres.

Uma pesquisa recente feita com mulheres em processo de reprodução assistida mostrou que as mulheres que consumiam mais verduras, peixes, frutas, frango, lácteos desnatados e azeite de oliva apresentavam mais sucesso reprodutivo, enquanto que o consumo excessivo de carboidratos refinados favoreceria a infertilidade por anovulação.

As pacientes que receberam e seguiram a orientação nutricional apresentaram 2 vezes mais chance de engravidar do que o grupo que não passou em consulta. Além disso, dentre estas mulheres, aquelas que receberam orientação nutricional num intervalo menor do que 60 dias antes da transferência dos embriões tiveram quase 5 vezes mais chance de engravidar.

De olho na balança

Pesquisas apontam que, não só a alimentação, mas também o peso interfere da saúde reprodutiva: tanto um subpeso quanto o sobrepeso. Diferentes estudos afirmam que o baixo peso (IMC menor que 17 kg/m2) e as condições de sobrepeso ou obesidade em mulheres (IMC maior que 25 kg/m2) estão associados a um aumento da infertilidade ou a desfechos gestacionais indesejados.

O estado nutricional reflete a saúde reprodutiva desde os primeiros estágios: o baixo peso causa desequilíbrio hormonal, afeta negativamente a ovulação e menstruação e desafia o início da gestação. Por outro lado, o excesso de gordura corporal afeta a ovulação devido à sensibilidade à insulina, excesso de androgênios e leptina.

Como me alimentar de forma saudável?

O padrão alimentar mediterrâneo vem sendo recomendado como um modelo de alimentação saudável. Este modelo é praticado em diferentes partes do mundo com efeitos benéficos para a saúde humana. Populações com hábitos mediterrâneos têm menor incidência de síndrome metabólica, hipertensão, dislipidemia e diabetes, além de maior expectativa de vida, principalmente quando contraposto ao padrão ocidental/americano, que é o dominante também no Brasil.

Mais importante do que seguir regras prontas encontradas na internet, uma alimentação saudável é aquela que leva em conta suas especificidades, como seu estado de saúde, seu estado emocional e seu estilo de vida. Então o primeiro passo para começar a se alimentar de forma saudável é: Vá a um nutricionista!

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